O Sabiá-laranjeira é uma ave da Família Turdidae, comum na América do Sul desde o México até ao sul da Argentina com exceção do Chile. Facilmente identificado pela cor de ferrugem do ventre e por seu canto melodioso durante o período reprodutivo. São comuns em bordas de florestas, parques, quintais e áreas urbanas arborizadas, vive solitário ou aos pares, pulando no chão.

Sabiá-laranjeira Foto: Afonso de Bragança
  • Nome popular: Sabiá-laranjeira
  • Nome inglês: Rufous-bellied Thrush
  • Nome científico: Turdus rufiventris
  • Família: Turdidae
  • Habitat: Ocorre do Maranhão ao Rio Grande do Sul, é o sabiá mais conhecido do Sudeste, sendo menos numeroso no Nordeste. Migra para regiões mais quentes no inverno. Encontrado também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de insetos, larvas, minhocas, e frutas maduras, incluindo frutas cultivadas como o mamão, a laranja e o abacate. Come coquinhos de várias espécies de palmeiras e de espécies introduzidas, como o dendê. Cospe os caroços após cerca de 1 hora, contribuindo assim para a dispersão dessas palmeiras, comportamento apresentado também por outros sabiás. Ração de cachorro também atrai esta espécie, podendo servir de alimento em cidades grandes com menor disponibilidade de alimentos naturais. Aprecia os frutos do Tapiá ou Tanheiro.
  • Reprodução: Fazer seu ninho em formato de uma tigela profunda de argila e folhas secas - em beirais de telhados. A construção de ninhos pode se tornar confusa em certas ocasiões: quando o local escolhido é formado por vãos entre numerosos suportes iguais de um telhado, o sabiá-laranjeira pode construir vários ninhos ao mesmo tempo, por confundir os vãos. Põe ovos verde-azulados com pintas roxas. Macho e fêmea constroem o ninho juntos utilizando gravetos, fibras vegetais e barro, onde a fêmea coloca de 3 a 4 ovos, de coloração esverdeada com pintas cor de ferrugem. O período de incubação dura em torno de 14 dias. ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXUAL
  • Estado de conservação: Pouco preocupante
Sabiá-laranjeira Foto: Afonso de Bragança

Características:

O sabiá-laranjeira vive em torno de 30 anos. Mede 25 centímetros de comprimento e pesa o macho 68 gramas, a fêmea: 78 gramas em média. Tem plumagem parda, com exceção da região do ventre, destacada pela cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjada, e bico amarelo-escuro. Apresenta anel ocular amarelo vivo e garganta clara e escura estriada. Tarsos e pés rosa-cinzento. É ave de canto muito apreciado, que se assemelha ao som de uma flauta. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea. A fêmea também canta, mas numa frequência bem menor que o macho.

Apresenta duas subespécies

  • Turdus rufiventris rufiventris (Vieillot, 1818): ocorre no sudeste e sul do Brasil. O ventre possui uma cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjado bem forte.
  • Turdus rufiventris juensis (Cory, 1916): ocorre no nordeste brasileiro. O ventre tem uma cor mais clara que os exemplares do sul e sudeste.

(Clements checklist, 2014).

Sabiá-laranjeira Foto: Afonso de Bragança

Comentários:

Frequentam bordas de florestas, parques, quintais e áreas urbanas arborizadas. Vive solitário ou aos pares, pulando no chão. Em regiões mais secas é de certa forma, restrito a áreas próximas à água. É uma ave que convive bem com ambientes modificados pelo homem, seja no campo ou na cidade, desde que tenha oportunidades de encontrar abrigo e alimento. Na natureza, é encontrado em casais e grupos familiares quando em processo de criação. É uma ave de ambientes abertos, preferindo viver em bordas de matas, pomares, capoeiras, entorno de estradas, praças e quintais, sempre por perto de água abundante. É um pássaro territorial: demarca uma área geográfica quando está em processo de reprodução e não aceita a presença de outras aves da espécie. Começa a cantar antes mesmo de clarear o dia. É ave de canto muito apreciado, que se assemelha ao som de uma flauta. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea.

Sabiá-laranjeira Foto: Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec - Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS - Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.

Referências